pela paisagem presta-se palmas
ao atirador soviético
a ninguém o tempo é
livre no interrogatório
das lentes capturo dor
a rasgar dignidade dos ombros:
.sob mar passeando cínico
.aguada piada nasal
.cordas vocais num fio sufocante
à cabeça mãos sabem
tombar com dançar sem
convite à rodilha
tudo ali é íman
a quem manteiga
transborda-lhe no templo
tudo ali é íman
a quem fotografia
desconta-lhe minutos de vida
é-me familiar este cheiro dor
COREOGRAFIA DA DOR
não se planta
sol em livro todo
se não tão fresco
há círculos zombando céus
não se planta
tufão em livro todo
se não tão virgem
há noites multiplicando morcegos
não se abafa útero
do peito
se não há túmulo
vagueando às madrugadas
não se aborrece vento
do bairro
se não há abandono
nascendo às sombras
se não saborear correntes seculares
invoca livro meteoritos na terra
olhos cospem desertas lágrimas
molduras estupidifiguram ombros
por dentro lábios extraem
futuros com fumaça
sonhos não alcançam sol
gesticulam pulsos entre
relógios regredindo a terra
─ não se faz messias com
recipientes comprando mundo