Era uma vez, há anos incalculáveis, que se confundiam com a memória tão velha do senhor Deus, nascera num sítio, a que se veio chamar universo, de espantosa beleza, uma menina que era deusa, de formoso e perfumado nome Terra.
Tinha àlma cristalina, a mais linda em toda deusa vida. Era tão vaidosa e gostava de os cabelos enfeitar, com as lindas flores que sorriam aromas fantásticos.
Possuía um arco-íris de bondade. Estimavam-na todos os amigos a quem, a nossa deusa Terra, abrigo, carinho, e amizade profundamente ofertara!
Dentre todos os amigos, havia um que a nossa deusa Terra dedicava carinho e confiança na plenitude e perfeito estado de ser. Amava-o sem os truques das amizades dos nossos tempos de hoje! O amigo, que a menina Terra o tinha como o melhor, chamava-se Homem. Em todo Abril, mês que lhes nascera a amizade, que se adivinhava bela nos anos da eternidade, a menina Terra exibia todo o seu poder alegre.
Convidativo, sentia-se o poente, enroscado num horizonte que bocejava harmonia sobre a orquestra do mar, cujas ondas maestravam lindamente. Que festinha bela e fresca acarinhava a face do universo!
Os anos morriam vagarosamente na enraizada velhice do tempo e a amizade estendia os braços além universo. Até que um dia, enquanto a nossa querida menina Terra, a deusa, reflectia lindamente, os deuses anos da vida, focado nos olhos brilhantes e firmes de diamantes, o amigo Homem alimentava no seu coração, que se pintava de negro maldoso, sentimentos que se vieram chamar ódio, inveja e ambição.
O Homem, não aceitando a sua vida de mortal, ambicionou os longos anos e invejou a eterna e pura felicidade da nossa querida menina e deusa Terra. Assim, o maldoso amigo traiu a deusa Terra. No seu orgulho de igualdade, o Homem inventou a guerra para a divina beleza da nossa querida menina deusa Terra acabar e da sua infinita riqueza, que são os recursos minerais, se apoderar.
Restou todo um coração de palha à menina Terra. Dias e noites, ela chorava maremoto, soluçando terramoto, tossia vulcões, por essa amizade que fotografou linda e eterna no seu peito dourado, atropelada pelo amigo que nunca, em todos os milhares de anos de sua majestade deusa Terra, imaginara tão grande desfeito.