07Abr

     No ano 148 mil paus de canoas, o sol parira a manhã e a sentença do Narrador tinha sido declarada. Como seria possível uma história sem você, Narrador?! Agora quem continuará esta história contar-nos?! Perguntara-lhe Kimbi, que assistia àquele teatro, pavidamente, numa praça  à margem do rio-Povo Oceano Pacífico, bem ao pé dos pés do Narrador.

     A forca louca dançava alegremente ao ritmo dum vento que anunciava o ‘’adeus à hora da largada’’ de mais um culpado inocente ou inocente culpado! É o mundo e a sua esposa Justiça Injusta.  Mas sabe-se lá se aquele conto era verdadeiro ou não! Já vês! Quem um conto conta um ponto ou vírgula ou até mesmo um ponto e vírgula se lhe aumenta. Porém, contudo, todavia como se tais conjunções comessem pratos em pratos  distintos, enquanto a cabeça à força à forca enfiava, Narrador despedia-se  flashback mente de toda a peripécia, confidenciando a Kimbi, seu antigo colega no curso de Filosofia, até chegar a mal dita forca, vítima da loucura de um grupo de seres supostamente pertencentes à superumanidade.

    Fazia três dias desde que a perseguição contra nós cessava não. Para escapar do infortúnio, pedimos insistentemente com gemidos inefáveis que Ngolo, supremo ser trajado de tronos, nos desse asas e voar, bem longe dali, do meio de víborãs, dez(h)umanos em forma de 8 e G que assistiram à inversão piramídica da sequência dos nucleotídeos do seu material genético, por deuses se terem sentido.

     No dia a seguir àquele dia, Ngolo ouvira o nosso clamor, pois, não queria ser acusado de tirano e sem coração por tanta angústia e pavor, como o fizera entender Saramago em ‘’Caim’’, mostrando que lhe parecia um ser contraditório, ora pedindo que se nos não matássemos uns aos outros, porém, não poupara os habitantes de Jericó, nem mesmo as crianças, que nascem límpidos qual uma folha branca.

     Volvidos minutos após a implantação daquelas asas aguiáticas, uma ligeiramente mais pesada que a outra, voámos até um deserto por eles desconhecido.

     Porém, enquanto gozávamos de paz em paz, as víborrãs, estudavam a melhor maneira de nos puder alcançar com drones e mais drones sobre voandandado nos ares daquela circunscrição desértica e sem cor.

     Inquanto isso, deu-se uma sinapse, e pus-me reflectindo naquela sutil manobra. Quanta desumanidade! Mas mais do que condenar a desumana idade das víborãs, é de reconhecer a engenharia com que foi arquitectada aquele efeito psico-visual. Como é possível fazer o mundo crer que uma couve de ‘’nu’’ sei donde, ruge como leão, procurando a quem devorar, quando, na verdade, uma quimera?! Eu não podia esconder tal segredo por muito tempo. Porquanto, aqui, estamos, nus no deserto, qual nazireus devotos a Nzambi-a-Mpungu.

Atalhos:

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